24 junho, 2007

Série Noire

Griffu © Manchette - Tardi


Aos meus companheiros de noitadas em ímpios antros, de bourbon, fumo, jazz rouco e mulheres fatais...


Lew Archer
Tom Reagan
Sam Spade
Philip Marlowe
Griffu
“Easy” Rawlins
Mike Hammer
Bleichert, Blanchard, Upshaw
Serge Gorodish
Hoke Mosely
Blacksad
Jake Gittes
Lemmy Caution
Lee Anderson
Pepe Carvalho
“Coffin” Ed Johnson e “Grave Digger” Jones
...

22 junho, 2007

You and the Night and the Music

in Chet

Um notável nocturno chandleriano, esta homenagem cheia de swing, com um detective de nome Oscar Peterson e o gato dançarino do Boris Vian. Também se ouve Laura.

18 junho, 2007

O Invejoso

Entusiasmo-me com as escritas faíscantes, rabiscadas de rompante num panfleto de rua, num guardanapo, na palma da mão...com as escritas da pena e da boca para fora, em brasa de lareira cuspindo fagulhas de aurora boreal...com as escritas de espera de semáforo, impacientes, trepidantes...com as escritas de excitante e vagabunda fantasia, de cavalgante aventura e de frescos mergulhos...

Simplesmente, invejo quem assim escreve.


15 junho, 2007

Os Vencedores do Mar do Norte

Para que se saiba!... O “Clube de Amadores de Pesca de Faro” (CAPFaro) arrebatou o primeiro lugar no Campeonato do Mundo de Pesca desportiva que decorreu na Bélgica de 2 a 8 de Junho. Estes Campeões do Mundo, que não são Ronaldos nem Obikwelus e muito menos mediáticos carregadores de camaroeiros e baldes de engodo da F1, superiorizaram-se aos adversários utilizando uma estratégia inesperada e diferenciadora, tipo táctica do quadrado das praias, que dá pelo vulgar nome de rabeira. Aqui ficam os meus “Muitos Parabéns”!...
...e um abraço especial ao Tó Zé. É reconhecida a sua determinação e empenho em todas as actividades nas quais se envolve (da pesca à flauta e sobretudo à louvável e notável arte de ensinar), mas poucos têm uma fugaz ideia da sua tenacidade e espírito de sacrificio. Todos os anos, em Julho, elege pelo menos dois reputados e exigentes treinadores da especialidade, sujeitando-se a um estágio onde os seus limites são postos à prova, mas cujos frutos são agora evidentes. É durante esse desgastante período de treino que ele exercita a extremos inimagináveis a sua velocidade a empatar anzóis e a iscar, a sua destreza a desembaraçar linhas e a resgatar bóias e chumbadas de rochas e sargaços notóriamente hostis e agrestes, que desenvolve o seu autodomínio e perseverança perante a captura de minúsculos peixes-rei, deselegantes serrões ou inglórias salemas e frequentemente enfrenta o surpreendente e o bizarro, como por exemplo, quando assaltado por inusitada e hitchcockiana gaivota.
Por tudo isso, mas sobretudo pela boa disposição, pela confiança, pelo companheirismo e pela amizade, acho que os seus treinadores se sentem também, um bocadinho, campeões do mundo.


fisherman and the sea © bokchoyboy @ flickr

11 junho, 2007

Os Registos Improváveis (IV)



Shooby Taylor - The Human Horn




Just a Closer Walk with Thee

07 junho, 2007

Osmoses

Lançámos amarras no solitário e deserto rochedo, descia já o sol ao longe. Em fundo numa mancha indistinta ainda não pintada com as luzes nocturnas, Ibiza, a que nos levara a buscar um pacífico refúgio, pelos excessos cometidos. O ilhéu, pequeno, era um porto natural simpático que nos concedia fácilmente o acesso...nele montámos o churrasco, na sua superfície irregular acomodámos as costas, sobre ele, neste “end of a perfect day”, vimos o rei-sol afogar-se no mar, angústiadamente vermelho, e as estrelas a despontar, a lua (tranquila), crescer e inundar os perfis. Nele alguns se perderam...
Ficámos os dois ainda durante algum tempo a absorver toda aquela serenidade. Cruzámos a sugestão e decididamente corremos de volta para o barco, onde nos equipámos. Quando, após o salto tocámos na água, todos os milimetros da nossa pele se aceleraram de emoção e deixámo-nos afundar, quase imóveis, até ao fundo de areia. Apenas o barulho da nossa respiração se ouvia e olhámo-nos (sorrimo-nos? tocámo-nos?) com aquela cumplicidade gerada pelos momentos inatingíveis. Olhei então na direcção da superfície. O luar refractava-se em milhares de focos suaves que nos faziam brilhar as pupilas. Quando desliguei a lanterna o sublime assombro envolveu-nos... o plâncton, com todas as suas constelações, reverberava à nossa volta embalado pela meiga caricia da luz da lua (agora tão vibrante). A vida, toda, primordial, envolvia-nos de uma forma absoluta. Só nos restava comungá-la...

02 junho, 2007

FREMANTLE DOCTOR

Refrescante brisa marítima, é considerado o vento mais regular e constante do mundo. Sopra inevitávelmente quase todos os dias do ano sobre a costa oeste da Austrália, entre as 12 e as 15 horas, abençoando deste modo a existência de Perth e Fremantle, mesmo durante os mais tórridos verões.
Também identificado por “The Freo Doctor”.


Muitas obras com as mais diversificadas abordagens (literatura, pintura, música) reverenciam esta solene deslocação de ar. Como exemplo de inspiração, o “The Fremantle Doctor (sundowner remix)”, do album “Walk the Earth”. Hunksten Proudfoot, o compositor-intérprete, identifica o género como “Poetronic”.