26 fevereiro, 2008

Palavras

Gosto de palavras.
Gosto de quase todas as palavras, porque intuo que se talentosamente ordenadas, por mais singelas ou vulgares que possam ser, é-lhes concedido o condão de nos tocar.
E desde logo, o obstáculo que constitui o desafio da MRF : a escolha de 12 palavras.
Qualquer critério que me imponha vem de parceria com um lamento; nada pois de termos estrangeiros (excluam-se então frisson, spark e dimenticare).
Fiquem apenas algumas das que me estão debaixo da pele e outras que se associam a felizes memórias.

Palavra podia bem ser uma palavra.


Alma
Cumplicidade
Sangue
Senso
Tentação
Vento


  • Estrôncio - pela extraordinária lógica da natureza
  • Clepsidra - pelo fluido escoar dos tempos
  • Nudibrânqueo - pelo silencioso deslumbramento
  • Flibusteiro - pelas intrépidas e sonhadas aventuras
  • Mameluco - pelas exóticas gentes e paragens
  • Folhado - pelas gargalhadas madrilenas

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20 fevereiro, 2008

Os Anjos Exterminadores ( III )


O Anjo Manipulador : Samael


"Como nos tempos de antigamente, faremos um sacrifício ao Senhor. Tu, um cordeiro do teu rebanho ocioso e eu, como habitualmente, os magros frutos arrancados a este maldito deserto, com o trabalho e as penas ancestrais..."



... da árvore do Bem e do Mal,
... do muito amor na origem do muito ódio,
... da subversão mística dos pecados primordiais,
... da nobreza de Caim à pusilânimidade de Abel.

A dimensão poética do mito como valor simbólico para a condição humana.

Uma obra prima.


A Oeste do Eden - Hugo Pratt


12 fevereiro, 2008

João e o Cão

Amanhã (13.02.2008) , no Festival Internacional de Cinema de Berlim, desafiando brandos ventos e modorrentas marés, a curta-metragem de André Marques (argumento, realização, produção e montagem).
Depois, Festival do Filme d'Aubagne, INDIELISBOA e Festival Internacional de Cinema do Algarve...
Para uma primeira obra com garra, uma vénia muito especial!...

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10 fevereiro, 2008

A 5ª...

Nunca tinha tido a oportunidade de assistir à de Mahler em sala, com grande orquestra, no presente caso a ONP (que está de parabéns).
Há já muito tempo não via um maestro empolgar um público (e aposto que os musicos também), como o fez Andris Nelsons na passada sexta-feira, na Casa da Música, com uma direcção no mínimo pouco convencional e arrojada, plena de improvisos e coloridíssima. Mesmo os catarros persistentes se amaciaram, em momentos de maior inspiração.
Como suplemento, a uma sempre feliz 40ª do W.A.M., uma das mais notáveis interpretações do segundo andamento que me foi dado escutar.
Conforme se comentava post scenium, um puro momento de degustação, um festim para relembrar daqui a um par de anos, quando o jovem talento que substituiu Simon Rattle à frente da Sinfónica de Birmingham, fôr demasiado caro para para as nossa bolsas.