04 junho, 2011

Votos (Wishes)


Pugno pelo voto em branco como forma de repúdio ao actual sistema político.
Há coisa de um mês, na sua coluna quinzenal no Público, Carlos Fiolhais (professor universitário) confessava: “Se a escolha em Portugal fosse, por hipótese, entre o actual primeiro-ministro e o Rato Mickey, eu não hesitaria em votar no boneco da Disney.
Não deixei de compreender a sua posição e desenvolvi mesmo alguma simpatia pela ideia, o que acabou por fazer germinar em mim algumas dúvidas e consequentemente, temores de um qualquer surto de incoerência intelectual. Tentei então, naturalmente em desespero de causa, identificar um personagem plausível, preferencialmente aparentado ao Morcego Vermelho (o meu preferido!), merecedor de uma eventual cedência dos meus princípios.
Na semana passada, no mesmo jornal, Luís Campos e Cunha (professor universitário), escrevia: “Como Carlos Fiolhais defendeu, a democracia também serve para afastar os que não servem: e Sócrates não serviu nem vai servir. (...) Assim, ou votamos branco-nulo, ou votamos num dos partidos actuais: essa é a escolha. Abster-se é um erro grave e sinal de fraca inteligência. (...) Mais tarde reivindicaremos que o voto branco tenha representação parlamentar com uma cadeira vazia. E nessa altura veremos a abstenção a baixar e muito. Também porque a partir daí os partidos actuais seriam diferentes e para melhor.
Reforçava, por um lado, a defesa da alternativa cartoon e por outro, vinha ao encontro das minhas perspectivas de uma futura, mas urgente, reforma política do país. Fechou-se então, o círculo das minhas dúvidas.

Amanhã, vou votar.
No melhor dos mundos, o primeiro ministro seria enxovalhado nas urnas (antecipação prevista nesta alegoria) e os votos em branco ultrapassariam os 5%.
Tenho o fim de semana para me deleitar com a ideia.

O verão está a chegar. Antecipo já os fúteis momentos estivais, o gozar a minha praia de eleição.
Espero não ter de começar a pensar em emigrar, logo na segunda-feira.