Atmosferas (II)
Fechara os olhos pela Alina quando ela entrou, deslizando sedosamente numa túnica verde-mar. Sentiu-a acetinada contra as suas costas e logo ela lhe apartou os braços, para com as mãos e os dedos lhe lavrar a pele de fecundas sensações. Não falaram. Apenas fixavam o verde aquoso do exterior.
A majestática porta abriu-se de novo para a entrada de dois andróginos, brancos querubins subjugados, belos e assexuados serventes.
Traziam fruta exótica e exuberante de cor e sabor e champanhe de exaltante e exdrúxula reserva, que serviram em cristalinos cálices de aristocráticos tinidos.O homem e a mulher entreolharam-se com cumplicidade. Brindaram com elegância. Brilhavam os olhos com as brincadeiras do lume vivo e das bolhas nos seus copos. A musica e a chuva fundiam-se agora num unico e profundo mantra e ele, deliciado, deixou a janela e abandonou-se à aparente brisa que revolucionava pela sala. Sentou-se no sofá, receptor, receptivo aos momentos. A ela, enquanto o seguia com o olhar, nascia um sorriso matreiro nos carnívoros lábios vermelhos. Dirigiu-se igualmente à lareira e lançou um imperceptivel sinal aos dois seráficos colaboradores, enquanto pousava o copo.
Assombrado, ele viu o primeiro efebo aproximar-se dela com a serenidade natural das coisas sublimes e, com gestos de uma graciosidade cósmica, cobriu-lhe os olhos com uma venda escarlate. Ela inclinou ligeira e sedutoramente a cabeça como se pudesse ouvir, cheirar, sentir todas as emoções que perpassavam por ali, naquele instante. O outro valete, já atrás dela, retirou então com um unico movimento de prestidigitador, a leve túnica verde-mar.
O tempo parou aquele ínfimo e magistral instante durante o qual uma anónima gota de chuva se atomizou contra a vidraça.
Ele viu-a então desejosa e ansiosa, desamparada e desarmada. Sentiu-lhe o palpitar fremente dum coração alvoroçado, a amplitude da inspirada inquietação num peito sôfrego de toque e detectou-lhe o ressurgir na intimidade, na mina de uma secreta, sagrada nascente, a doce e gotejante essência do desejo.
Levantou-se mansamente e ela pressentiu-o. Aproximou, sem lhe tocar, as mãos do seu corpo a uma distância térmicamente apenas perceptivel e ela sentiu-o. Acompanhou-lhe o perfil do corpo com um movimento aéreo de bailado onírico e ela buscou-o... Então, como que carregado com uma electricidade dócil, os dedos dele cortejaram uma ardente princesinha.
A majestática porta abriu-se de novo para a entrada de dois andróginos, brancos querubins subjugados, belos e assexuados serventes.
Traziam fruta exótica e exuberante de cor e sabor e champanhe de exaltante e exdrúxula reserva, que serviram em cristalinos cálices de aristocráticos tinidos.O homem e a mulher entreolharam-se com cumplicidade. Brindaram com elegância. Brilhavam os olhos com as brincadeiras do lume vivo e das bolhas nos seus copos. A musica e a chuva fundiam-se agora num unico e profundo mantra e ele, deliciado, deixou a janela e abandonou-se à aparente brisa que revolucionava pela sala. Sentou-se no sofá, receptor, receptivo aos momentos. A ela, enquanto o seguia com o olhar, nascia um sorriso matreiro nos carnívoros lábios vermelhos. Dirigiu-se igualmente à lareira e lançou um imperceptivel sinal aos dois seráficos colaboradores, enquanto pousava o copo.
Assombrado, ele viu o primeiro efebo aproximar-se dela com a serenidade natural das coisas sublimes e, com gestos de uma graciosidade cósmica, cobriu-lhe os olhos com uma venda escarlate. Ela inclinou ligeira e sedutoramente a cabeça como se pudesse ouvir, cheirar, sentir todas as emoções que perpassavam por ali, naquele instante. O outro valete, já atrás dela, retirou então com um unico movimento de prestidigitador, a leve túnica verde-mar.
O tempo parou aquele ínfimo e magistral instante durante o qual uma anónima gota de chuva se atomizou contra a vidraça.
Ele viu-a então desejosa e ansiosa, desamparada e desarmada. Sentiu-lhe o palpitar fremente dum coração alvoroçado, a amplitude da inspirada inquietação num peito sôfrego de toque e detectou-lhe o ressurgir na intimidade, na mina de uma secreta, sagrada nascente, a doce e gotejante essência do desejo.
Levantou-se mansamente e ela pressentiu-o. Aproximou, sem lhe tocar, as mãos do seu corpo a uma distância térmicamente apenas perceptivel e ela sentiu-o. Acompanhou-lhe o perfil do corpo com um movimento aéreo de bailado onírico e ela buscou-o... Então, como que carregado com uma electricidade dócil, os dedos dele cortejaram uma ardente princesinha.
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