16 outubro, 2007

Vícios de Forma(ção)

É decididamente impensável basear-me nos meus universos diários para alimentar este meu, desde já de si pouco popular, espaço na rede. Imagino-me a abordar aqui os desafios da espectrometria de infravermelhos próximos, com transformações de Fourier (FTNIR) e pós-processamento por PLS em aplicações processuais industriais ou, mais prosaicamente, a compensação da localização da “vena contracta” em função das variações dinâmicas de escoamento, na medição de caudal com elementos deprimogéneos, e sou confrontado com a antevisão confrangedora de os meus (poucos) regulares visitantes, paulatinamente decidirem optar por outras paragens.
Partindo do princípio que a maioria dos que comigo se cruzam nestas andanças (jornalistas, professores, sociólogos, psicólogos, artistas and so on...) intersectam as ciências e a tecnologia apenas nos seus ramos, soi-disant, sociais e humanos, prevejo um completo descalabro caso optasse por enveredar por tais temáticas tecnologo-esotéricas.
Não perdi, no entanto, ainda a esperança de, usando estas baixas, frias e racionais matérias, aqui polemizar!
Não é a grafologia, o estudo de primárias manifestações mecânicas de dedos, mão e pulso, um trunfo indesmentivel na avaliação comportamental do indivíduo?
E as outrora tão aclamadas e agora tão rejeitadas morfopsicologia, fisiognomonia e frenologia?
A evolução do pensamento, dos estudos sociais e humanos (quiçá da ética e da moral) como corolários dos avanços da ciência?

Por agora vou recalcar estes meus imaturos impulsos, mantendo os meus registos-tipo habituais. No entanto, serei seguramente tentado, por estes dias, a aqui defender blasfémias. Ao acaso... a Tese do Ser Estruturado, por exemplo...o Homem como mero artefacto, o supremo autómato, não o “anima” eleito ou cume da cadeia evolutiva, agraciado por divinos fôlegos, pela diferenciadora inteligência e pelo hilariante livre-arbítrio, antes, um simples mecanismo, vulgarmente descrito, caracterizado e catalogado pela genérica e universal Teoria dos Sistemas Dinâmicos.



Il faut se méfier des ingénieurs, ça commence par la machine à coudre, ça finit par la bombe atomique
Marcel Pagnol


Il existe trois chemins menant à la ruine: les femmes, le jeu et la technologie. Le plus agréable, ce sont les femmes, le plus rapide, le jeu, le plus sûr, la technologie.
Georges Pompidou

3 Comments:

Blogger Aninhas said...

Já tinha reparado que tem imenso sentido de humor!
Aguardamos então essas explosões.


PS. Aquela segunda citação...
Um pouquinho machista, não?

17 outubro, 2007  
Blogger Windtalker said...

Aninhas, a minha única responsabilidade relativamente à segunda citação é de teor meramente tecnológico. A minha especialidade não sendo a economia, não poderei avalizar cabalmente as verdadeiras fontes de ruina...

18 outubro, 2007  
Blogger Aninhas said...

Hum...
Não me convence!
Mas serve!

Até breve!

19 outubro, 2007  

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