Olá, Guardador de Rebanhos
Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é, vento, e que passa,
E que já passou antes,
que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é, vento, e que passa,
E que já passou antes,
que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.
Alberto Caeiro, 1914
© ryan torres
2 Comments:
lindo...roubo se nao se importa, claro !
Não é roubo!...É universal...
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