14 março, 2007

Périplo (I) - Ávila

Agora que a polémica sobre as blasfémias do “Código Da Vinci” está arrumada nos armários das más consciências, nem de propósito, vou para Ávila; e já amanhã, em plena agitação das pantanosas águas do Vaticano por causa da “Santa Teresa mais sexy alguma vez vista num ecrã”, nas palavras de Ray Loriga, realizador de “Teresa, O Corpo de Cristo”, estreado em Espanha na passada sexta-feira, com Paz Vega como protagonista.
A controvérsia da película tem na sua origem, à parte o facto de nos apresentar a carmelita enclausurada como uma apetitosa noviça, a ideia sacrílega de as visões místicas da santa religiosa de Ávila, durante as quais conversaria com o Redentor, não serem de âmbito totalmente espiritual, antes integrando uma contaminação carnal considerável. Afinal não é de estranhar, o cinema sempre se sentiu mais à vontade com o sexo que com o divino.
E o mais provável é o filme até ser mau.
Quanto a mim, a minha deslocação às proximidades do santo Carmelo é mera coincidência. Tudo o que posso propôr, é uma tentativa de investigação no terreno sobre o que pensam os avilenses do assunto, ao longo da noite, de bar em bar.