02 dezembro, 2006

Contaminações


Parto do principio que andam a seguir devotamente o “CARNIVALE” (se não fôr o caso, sugiro que dispensem algum tempo a um episódio), essa feira de trevas e luz, tabernáculo de curas e prodígios, galeria de horrores e aberrações, essa história pincelada na paisagem steinbeckiana da Grande Depressão nos EUA, nos anos 30 do século passado.
A mim, parte do enorme prazer que me agarra ao ecrã, passa pela tremenda contaminação da série pelas atmosferas da B.D. Naturalmente, o enredo e a sua adaptação, mas sobretudo os ambientes, as personagens, os malabarismos visuais e de argumento... e os planos, principalmente os planos (consigo mesmo imaginar algumas pranchas pelo Giraud ou pelo Boucq). Admito o meu fervor por este tipo de simbiose da sétima arte com a nona, que não é necessáriamente uma simples transposição do papel para o vídeo (embora também as haja, mesmo brilhantes). Assim, aqui deixo, uma redutora (e sedutora) “short list”:

“Sin City” (a notável contaminação...)

“O Quinto Elemento” (...tanto Moebius!!)

“Kill Bill” (exemplo maior...)

“V for Vendetta” (adaptação palpitante...)

Alguns Tim Burton

“Nosferatu” – Murnau (...magnífica antecipação)

O “Crash” do Cronenberg (Porque não Yslaire?)



Quase todos os Beneix
(Diva)
(A Lua na Sargeta)
(37,2 º)


“A Noite do Caçador”

“Wild at Heart” , Lynch

“Bunker Palace Hotel” do Bilal “himself”

“Mauvais Sang” - o fabuloso e esquecido Leos Carax (no qual até Hugo Pratt tem um papel!)