Contaminações
Parto do principio que andam a seguir devotamente o “CARNIVALE” (se não fôr o caso, sugiro que dispensem algum tempo a um episódio), essa feira de trevas e luz, tabernáculo de curas e prodígios, galeria de horrores e aberrações, essa história pincelada na paisagem steinbeckiana da Grande Depressão nos EUA, nos anos 30 do século passado.
A mim, parte do enorme prazer que me agarra ao ecrã, passa pela tremenda contaminação da série pelas atmosferas da B.D. Naturalmente, o enredo e a sua adaptação, mas sobretudo os ambientes, as personagens, os malabarismos visuais e de argumento... e os planos, principalmente os planos (consigo mesmo imaginar algumas pranchas pelo Giraud ou pelo Boucq). Admito o meu fervor por este tipo de simbiose da sétima arte com a nona, que não é necessáriamente uma simples transposição do papel para o vídeo (embora também as haja, mesmo brilhantes). Assim, aqui deixo, uma redutora (e sedutora) “short list”:
“Sin City” (a notável contaminação...)
“O Quinto Elemento” (...tanto Moebius!!)
“Kill Bill” (exemplo maior...)
“V for Vendetta” (adaptação palpitante...)
Alguns Tim Burton
“Nosferatu” – Murnau (...magnífica antecipação)
O “Crash” do Cronenberg (Porque não Yslaire?)
Quase todos os Beneix
(Diva)
(A Lua na Sargeta)
(37,2 º)
“A Noite do Caçador”
“Wild at Heart” , Lynch
“Bunker Palace Hotel” do Bilal “himself”
“Mauvais Sang” - o fabuloso e esquecido Leos Carax (no qual até Hugo Pratt tem um papel!)
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